Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho eviolão.[1] Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.[2]
Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.[2]
Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário.[1] Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido"Cartola".[2]
Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira[2], contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite[1] - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalistaSérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador decarros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.[1][2]
Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.[2]
Angenor de Oliveira nasceu em 1908 na cidade do Rio de Janeiro. Era o primogênito dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor - fato que só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com Dona Zica na década de 1960. Para não ter que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.[3]
Nascido no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.[4] Lá nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescosUnião da Aliança e Arrepiados - neste último tocavacavaquinho (instrumento musical que lhe tinha sido dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade) e nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de "pastorinhas".[5] Era tão entusiasmado pelo Arrepiados que ao participar, mais tarde, da fundação da escola de sambaEstação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores daquele rancho - o verde e o rosa - fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo dosamba. Na verdade, Carlos Cachaça disse que tinha existido no Morro da Mangueira um antigo rancho chamado Caçadores da Floresta, cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.[3]
Em 1920, na Mangueira
Em 1919, movidos por dificuldades financeiras, os Oliveira foram para o morro da Mangueira, então uma pequena e nascente favela com menos de cinquenta barracos.[4]Logo, conheceria e se tornaria amigo de outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, e que se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas.[3]
Quando tinha 15 anos, abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia. Na adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro. Foi enquanto trabalhava nas obras de construção, que ele ganharia o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da música popular brasileira.[5] Para que o cimento não lhe caísse sobre os cabelos, resolveu passar a usar umchapéu-coco, que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha, e assim, começou a ser chamado de "Cartola".[3][4]
Tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então por algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio. Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal-alimentado, na cama de um pequeno barraco.[4] Uma vizinha do seu barraco chamada Deolinda – uma mulher gorda, forte e boa, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos – passou a cuidar e a gostar dele. Os dois acabam se envolvendo. Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho. Decidem viver juntos e Deolinda deixa o marido, levando a filha que o compositor irá criar como sua.[3]
O barraco dividido por Cartola e Deolinda era habitado por mais gente, todos sustentados pela dona de casa, que lavava e cozinhava para fora. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo.[6] Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais. À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim.[4]
Com estes e outros compositores, Cartola integrava uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o Bloco dos Arengueiros, em 1925, para brincar o carnaval. Esse bloco seria o embrião da Estação Primeira de Mangueira.[4] A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro, gerou, em 28 de abril de 1928, a segunda escola de sambacarioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade.[7] Cartola, um dos seus sete fundadores (também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 1930); Estação Primeira, porque, contando a partir da Central do Brasil, o morro de Mangueira ficava a primeira estação de trem de um lugar em que havia samba.[4] Cartola compôs "Chega de Demanda", o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco "História das Escolas de Samba: Mangueira".[5]
No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão que subira o morro para comprar uma música.[7] O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Assinava então Agenor de Oliveira. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio – que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade –, Cartola conservava a autoria e não dava parceria a ninguém.[4]
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O rapaz foi lá e disse: "Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu". "O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma." (...) Ele disse: "Quanto é que você quer pelo samba?". Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: "Vou pedir 50 mil réis". "O quê, rapaz? Pede 500." (...) Com muito medo, pedi 500 contos. "Não, dou 300. Tá bom?" Eu disse assim: "Bom, me dá esses 300 mesmo". Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele. Então gravou Chico, Francisco Alves.
Ainda pequena, Margareth, começou a cantar no coral da igreja local e, após conhecer Silas Henrique inicia sua carreira artísticas, inicialmente comoatriz, ganhando em 1985, o prêmio de "melhor intérprete", em "Banho de Luz". Posteriormente, a cantora começou a se envolver com a música, apresentando-se em bares da cidade, até que é ovacionada por um público de 1 500 pessoas pessoas, ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição. Em 1987, grava o seu primeiro single, lançado como LP, ao lado de Djalma de Oliveira, "Faraó (Divindade do Egito)", vendendo mais de 100 mil cópias. Após isso, Menezes deu início a sua carreira bem-sucedida, lançando quatorzeálbuns, sendo que dois desses, Ellegibô e Kindala, alcançaram o topo da BillboardWord Albums, enquanto Pra Você e Brasileira Ao Vivo: Uma Homenagem Ao Samba-Reggae, receberam indicações aoGRAMMY Latino e GRAMMY Awards, respectivamente.
Margareth Menezes participou da elaboração e idealização da peça "O Menino Maluquinho", de Ziraldo. A atriz ficou responsável por operar o som e por gerenciar a técnica vocal. Isso, deu à baiana mais intimidade com a música, fazendo com que ela recebesse o convite para se apresentar em São Paulo com a peça "Colagens e Bobagens", em 1985. "Banho de Luz", foi o primeiro espetáculo solo de Margareth Menezes, que também participou daprodução e direção, ao lado de Silas Henrique; a façanha rendeu um Troféu Caymmi de "melhor intérprete" para Margareth Menezes[11][12]. Em 1987, "Beijo de Flor", recebeu um Troféu Caymmi de "melhor show do ano"[5].
Por volta de 1986, Margareth Menezes dá, enfim, início a sua carreira musical, interpolando entre a música e o teatro, apesar de já ter trabalho anteriormente com a primeira. Depois de um pequenaturnê no interior da Bahia, a atriz passa a apresentar-se no Teatro Castro Alves, através do "Projeto Pixinguinha". Além de participar de bloco carnavalesco e inúmeros projetos musicais[5]. No ano seguinte, a intérprete particia como vocalista do bloco "20 Vê", que se apresentava no "Projeto Astral", em Salvador, para cerca de cinco mil pessoas, ao lado de Geraldo Azevedo, Gerônimo, entre outros. Menezes recebe, a partir dai, o convite para se apresentar no "VIII Festival de Música do Caribe", realizado em Cartagena, na Colômbia, ao lado de Pepeu Gomes, representando o Brasil. Os dois foram eleitos os melhores do festival[5]. De volta ao Brasil, recebe o convite de Djalma Oliveira, em 1987, para fazer uma participação em seu single, lançado como LP, onde interpretaram o primeiro samba-reggaegravado no Brasil, "Faraó (Divindade do Egito)", música de Luciano Gomes, que vendeu mais de 100 mil cópias[13].
Margareth Menezes fundou em 2004 a 'Fábrica Cultural' que, através de um convênio de parceria firmado com a Secretaria Municipal da Educação e Cultura, da Prefeitura de Salvador, iniciou o "Programa Circulando Arte", além de outros projetos no campo da arte, educação e cultura[49]. A organização não governamental, atua desde 2008, na Ribeira - bairro onde Margareth Menezes nasceu - e outros bairros da Península de Itapagipe[50], oferecendo cursos profissionalizantes para jovens e oficinas de arte-educação para crianças[49].
Em 14 de Julho de 2010, a organização, que desenvolveu o projeto "Na Trilha da Cidadania", formou 500 jovens, através de um cerimônia que contou com a presença de Menezes. O projeto formou alunos nas áreas de produção musical, comunicação, estamparia. criação em costura e designer gráfico. Durante o evento, a cantora disse que fica feliz com a formatura, pois, "logo na primeira turma que estamos formando, é muito claro o valor, a energia e a qualidade desses jovens. É animador poder, juntamente com todo o pessoal da Fábrica, ajudar a proporcionar essa oportunidade"[51]. A cerimônia contou com a presença de Fátima Mendonça, primeira-dama do estado, e Arany Santana, secretária do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza[51], que declarou: "O que estava faltando a esses jovens era acesso às ferramentas. Unindo isso ao querer e à competência desses meninos, com certeza eles vão construir um momento novo para cada um e para a Bahia"[52].
Com sede no Clube Cabana do Bogary[51], a organização oferece cursos à jovens de 16 à 24 anos, cuja renda familiar não ultrapasse meio salário minímio, por pessoa. Além disso, o aluno deve cursar o ensino fundamente e médio da rede pública. São oferecido 250 vagas por período e os alunos são contemplados com uma bolsa-auxílio[53].
Além de sua própria organização, Menezes participa de projetos e iniciativas filantrópicas e sociais. Ao lado de Daniela Mercury, a cantora participou da campanha "Carnaval Sem Fome". Um jingle, foi gravado pela cantora, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Olodum e Luiz Caldas, para promover a campanha organizada promovida pelas Voluntárias Sociais em parceria com o comitê baiano da ONG Ação Cidadania Contra a Fome, Miséria e pela Vida. O objetivo era arrecadar alimento não perecíveis para seis mil famílias atingidas pela enchente do Rio São Francisco, em 2007[54].
Banner da campanha contra a violência sexual durante o Carnaval.
Em 2009, ao lado dos vocalistas das bandas Chiclete com Banana e Asa de Águia, Bell Marques e Durval Lelys, a cantora participou da campanha do Ministério Público baiano contra a violência sexual. A campanha "Violência Sexual: Quem Não Denuncia Também Violenta", foi lançada em 4 de Fevereiro, às 14:30h, na sede do Ministério, em Salvador. Os artistas não cobraram cachê pelo trabalho e, durante as gravações, afirmaram promover o assunto durante seus apresentações no Carnaval[55]. No ano seguinte, 2010, a cantora participou do projeto "Lê Pra Mim?", que ocorreu em 12 de Outubro de 2010, no Centro Cultural Correios, do Pelourinho. A cantora leu um livro infantil para cinquenta crianças assistidas por instituições filantrópicas. Em entrevista, Margareth disse que "o projeto é lindo e merece toda a atenção. A literatura é um mundo mágico que com certeza vai fazer muito bem a essas crianças". Carlinhos Brown, Fernando Guerreiro, Licia Fabio e Luiz Miranda, também participaram da iniciativa.