O oboé é um instrumento musical de sopro de palheta dupla da família das madeiras. O corpo do oboé é feito normalmente de madeira (ébano, jacarandá) e tem formato ligeiramente cônico - alguns instrumentos mais recentes têm sido feitos de plástico. Tem uma palheta dupla. Uma pequena e delgada tira de uma cana especial é dobrada em dois e um pequeno tubo de metal (staple) é colocado entre os dois lados da tira dobrada, a qual é então passada em volta do tubo e firmemente amarrada a ele. A parte dobrada da tira é cortada e as duas extremidades, delicadamente desbastadas, constituindo então a palheta dupla. O tubo de metal encaixa-se em uma base de cortiça que é firmemente fixada na extremidade superior do oboé.
O músico que toca o oboé é denominado "oboísta".
O oboé é considerado um dos instrumentos de sopro de técnica mais difícil (requer a respiração diafragmática), para tanto requer um controle apurado do volume de ar expirado com o uso da respiração diafragmática, para produzir a nota com a pressão necessária.
Coloca-se a extremidade da palheta dupla entre os lábios, retraindo-os levemente para dentro da boca sem tocar nos dentes. O instrumentista deve manter um sopro contínuo entre as duas extremidades da palheta dupla, colocando-as assim em vibração, uma contra a outra (da mesma maneira que as bordas de uma folha dobrada vibram quando apertadas entre os dedos e sopradas). A vibração das duas canas coloca a coluna de ar existente dentro do oboé também em vibração, produzindo assim o som das notas musicais.
O som
As notas graves do oboé são densas e ricas; as mais agudas, rarefeitas e penetrantes. O som do oboé é nasalado, caracteristicamente mais áspero (mais palheta) quando comparado com o timbre claro e aberto da flauta.
O oboé é considerado por muito um instrumento de difícil execução, mas que a dificuldade é compensada bela beleza de seu som.
Tessitura
O oboé tem uma extensão de notas menor que os outros principais instrumentos de sopro, mas é capaz de grande variedade de timbres e de estilos de tocar. Em melodias lentas, o oboé tende a soar melancólico. Mas o oboé pode executar melodias alegres e chilreantes, com um timbre cortante e mordaz.
Devido ao seu timbre penetrante e ao fato de que é o único instrumento de sopro que não depende de regulagem para afinação, é o oboé que toca a nota Lá, antes de um concerto começar, para que todos os outros instrumentistas afinem seus instrumentos.
A técnica apurada da embocadura e a respiração diafragmática permitem ao oboísta executar uma grande gama de expressões, efeitos dinâmicos e notas super-agudas.
Resumo da História
Os oboés foram incorporados à orquestra em meados do século XVII, quando desfrutou de grande popularidade entre compositores como Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Alessandro Marcello, Georg Friedrich Händel, Wolfgang Amadeus Mozart, Robert Schumann, Richard Strauss.
Alguns compositores se dedicaram à composição de concertos para oboé e orquestra e para oboé e cordas, como Tomaso Albinoni, Mozart e Vivaldi.
Oboé vem do nome francês hautbois, que significa madeira alta, devido ao seu registro agudo. Embora a pronúncia atual de hautbois se assemelhe a oboá, até o século XVII a pronúncia era oboé. Como o instrumento já havia se espalhado pelo mundo quando esta mudança ocorreu, o nome permaneceu assim em português e em algumas outras línguas. Pela mesma razão, em algumas línguas o instrumento é chamado de oboa.
Família do oboé
Outros instrumentos da família do oboé são o oboé piccolo em Fá, o oboé d'amore em Lá, o oboé baixo em Dó (chamado oboé barítono em França) e o oboé contrabaixo em Dó.
Aparentados com o oboé são o corne inglês (que integra regularmente as orquestras desde o século XIX) e o Heckelphone.
Principais Oboístas
Ao longo da história
- Barret, Apollon M.R.
- Bomtempo, João Domingos
- Brod, Henry
- Ferlendis
- Lebrun, August
- Sellner, Joseph
Modernos
- Alex Klein
- Alfred Laubin
- André Gama
- André Nardi
- Bert Gassman
- Bertrand Grenat
- Burkhard Glaetzner
- Carlos Ribeiro
- David Walter
- Diana Doherty
- Elaine Douvas
- Eugene Izotov
- François Leleux
- Leon Goossens
- Lucas Noleto
- Georg Merwein
- Gordon Hunt
- Hansjorg Schellenberger
- Harold Gomberg
- Heinz Holliger
- Humbert Luccarelli
- Antony Camden
- Jean Michael Garretti
- Joel Gisiger
- John de Lancie
- John Ferrillo
- John Mack
- José Francisco Silva
- José Cocarelli
- Joseph Robinson
- Keisuke Wakao
- Kim Bryden
- Lady Evelyn Barbirolli
- Lon Bussell
- Luís Carlos Justi
- Malcom Messiter
- Manuel Munzlinger
- Mark Weiger
- Marcel Tabuteau
- Marco Miglietta
- Maurice Bourgue
- Michelle Zwi
- Nicholas Daniel
- Ray Still
- Richard Kanter
- Richard Woodhams
- Robert Atherholt
- Robert Bloom
- Sarah Francis
- Rosana Moretti
- Sergio Sousa
- Theodore Baskin
- Thomas Indermühle
- Washington Barella
Barrocos da atualidade (especialistas em performance com instrumentos barrocos)
- André Nardi
- Jürg Schaeftlein
- Gonzalo X. Ruiz
- Stephen Hammer
- Washington McClain
- David Reichenberg
- Sand Dalton
- Michel Piguet
Manfred Clement, oboísta alemão do quarteto de Munique, realizou vários concertos sob a regencia de Karajan e foi professor da Escola Superior de Música de sua cidade. Quando o orgão de Mariana foi restaurado ele foi escolhido para o concerto de inauguração. Este grande músico faleceu em 2002 deixando uma vasta discografia.== Ligações externas =
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