segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cartola (compositor)


Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro30 de novembro de 1980) foi umcantorcompositor e violonista brasileiro.
Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho eviolão.[1] Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.[2]
Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.[2]
Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário.[1] Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido"Cartola".[2]
Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba"Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram nadécada de 1930, em vozes ilustres como Araci de AlmeidaCarmen MirandaFrancisco AlvesMário Reis e Silvio Caldas.[2]
Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira[2], contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite[1] - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador decarros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.[1][2]
Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.[2]
Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam""O Mundo é um Moinho""Acontece""O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço""Alvorada" e "Alegria". No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.[2]

Do Catete para a Mangueira


Cartola aos 4 anos, com Biela, no Catete
Angenor de Oliveira nasceu em 1908 na cidade do Rio de Janeiro. Era o primogênito dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor - fato que só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com Dona Zica na década de 1960. Para não ter que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.[3]
Nascido no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.[4] Lá nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos União da Aliança e Arrepiados - neste último tocavacavaquinho (instrumento musical que lhe tinha sido dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade) e nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de "pastorinhas".[5] Era tão entusiasmado pelo Arrepiados que ao participar, mais tarde, da fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores daquele rancho - o verde e o rosa - fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo dosamba. Na verdade, Carlos Cachaça disse que tinha existido no Morro da Mangueira um antigo rancho chamado Caçadores da Floresta, cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.[3]

Em 1920, na Mangueira
Em 1919, movidos por dificuldades financeiras, os Oliveira foram para o morro da Mangueira, então uma pequena e nascente favela com menos de cinquenta barracos.[4]Logo, conheceria e se tornaria amigo de outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, e que se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas.[3]
Quando tinha 15 anos, abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia. Na adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro. Foi enquanto trabalhava nas obras de construção, que ele ganharia o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da música popular brasileira.[5] Para que o cimento não lhe caísse sobre os cabelos, resolveu passar a usar umchapéu-coco, que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha, e assim, começou a ser chamado de "Cartola".[3][4]
Tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então por algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio. Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal-alimentado, na cama de um pequeno barraco.[4] Uma vizinha do seu barraco chamada Deolinda – uma mulher gorda, forte e boa, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos – passou a cuidar e a gostar dele. Os dois acabam se envolvendo. Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho. Decidem viver juntos e Deolinda deixa o marido, levando a filha que o compositor irá criar como sua.[3]

[editar]O surgimento do sambista

O barraco dividido por Cartola e Deolinda era habitado por mais gente, todos sustentados pela dona de casa, que lavava e cozinhava para fora. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo.[6] Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais. À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim.[4]
Com estes e outros compositores, Cartola integrava uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o Bloco dos Arengueiros, em 1925, para brincar o carnaval. Esse bloco seria o embrião da Estação Primeira de Mangueira.[4] A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro, gerou, em 28 de abril de 1928, a segunda escola de samba carioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade.[7] Cartola, um dos seus sete fundadores (também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 1930); Estação Primeira, porque, contando a partir da Central do Brasil, o morro de Mangueira ficava a primeira estação de trem de um lugar em que havia samba.[4] Cartola compôs "Chega de Demanda", o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco "História das Escolas de Samba: Mangueira".[5]
No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão que subira o morro para comprar uma música.[7] O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Assinava então Agenor de Oliveira. Vendeu outros sambas a Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio – que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade –, Cartola conservava a autoria e não dava parceria a ninguém.[4]
O rapaz foi lá e disse: "Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu". "O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma." (...) Ele disse: "Quanto é que você quer pelo samba?". Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: "Vou pedir 50 mil réis". "O quê, rapaz? Pede 500." (...) Com muito medo, pedi 500 contos. "Não, dou 300. Tá bom?" Eu disse assim: "Bom, me dá esses 300 mesmo". Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele. Então gravou Chico, Francisco Alves.
— Cartola, sobre o samba "Que Infeliz Sorte"Almanaque da Folha



Gilberto Gil and Stevie Wonder que encontro lindo

No musica boa de hj-Toquinho & Gilberto Gil - Tarde em Itapoã

No som pra curtir de hj-Sarah Brightman - The Journey Home

Cantos Gregorianos - My Immortal-ja escutou?


Margareth Menezes-você conhece essa artista?


Margareth Menezes (Salvador13 de outubro de 1962) é uma cantoracompositoraprodutoraatrizdiretora teatral e empresária brasileira ganhadora de dois troféus Caymmi, dois troféus Imprensa, quatro troféus Dodô e Osmar, além de ser indicada para o GRAMMY Awards e GRAMMY Latino. Conhecida por interpretar a canção "Dandalunda", a cantora soma 21 turnês mundiais, e é considerada pelo jornal estadunidense Los Angeles Times, como a "Aretha Franklin brasileira".
Ainda pequena, Margareth, começou a cantar no coral da igreja local e, após conhecer Silas Henrique inicia sua carreira artísticas, inicialmente comoatriz, ganhando em 1985, o prêmio de "melhor intérprete", em "Banho de Luz". Posteriormente, a cantora começou a se envolver com a música, apresentando-se em bares da cidade, até que é ovacionada por um público de 1 500 pessoas pessoas, ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição. Em 1987, grava o seu primeiro single, lançado como LP, ao lado de Djalma de Oliveira, "Faraó (Divindade do Egito)", vendendo mais de 100 mil cópias. Após isso, Menezes deu início a sua carreira bem-sucedida, lançando quatorze álbuns, sendo que dois desses, Ellegibô e Kindala, alcançaram o topo da Billboard Word Albums, enquanto Pra Você e Brasileira Ao Vivo: Uma Homenagem Ao Samba-Reggae, receberam indicações aoGRAMMY Latino e GRAMMY Awards, respectivamente.
Menezes lançou recentemente Naturalmente Acústico, álbum que mostra um lado mais pop da cantora. Ela ainda lidera o movimento "Afropop Brasileiro", que visa preservar e promover a cultura afro-brasileira, e criou a "Fábrica Cultural", uma organização não-governamental que ajuda crianças eadolescentes carentes. Todos os anos, a cantora leva sua trio elétrico, um dos mais tradicionais, às ruas de Salvador.
Menezes nasceu em Boa Viagem, região pobre de Salvador. Filha de Dona Diva, uma costureira e doceira, que veio da Ilha de Maré, e Adelício Soares da Purificação[3]motorista, falecido em maio de 2009, é a mais velha de cinco irmãos[4] e, em 1977, aos quinze anos, ganhou uma guitarra e começou a cantar no coral da Igreja da Congregação Mariana da Boa Viagem, em Salvador[5].
Morava na península Itapagipana e, desde pequena, foi cercada pelo conjunto histórico da cidade de Salvador, como Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, e recebeu forte influência artística da própria família, pois, a mãe gostava muito de samba de roda e, os eventos na Ilha da Maré eram realizados na casa da avó da cantora, que desempenhava um papel de "produtora cultural"[6].
Em 1980, a cantora conheceu o músico e compositor Silas Henrique, com quem iniciou sua carreira de atriz, apresentando-se com a peça "Ser ou Não Ser Gente", no Teatro Vila Velha, em Salvador[7]. No ano seguinte, estreia a peça "Máscaras", de Menotti Del Picchia, sob a direção de Reinaldo Nunes. Posteriormente, atua na peça do teatrólogo russo Nikolai Gogol, "Inspetor Geral", que contou com a direção de Paulo Conde e a participação dogrupo "Troca de Segredos em Geral" e ficou um ano em cartaz[5].
Três anos depois, o grupo teatral, ao lado de Menezes[6], montou uma lona de circo na Praia de Ondina, esse espaço cultural ficou conhecido como circo "Troca de Segredos". O local abrigou apresentação de peças teatraisadultos e infantis, além de receber apresentação de grupos musicais dos mais diversos gêneros[8]. Paralelamente a sua carreira de atriz, Margareth Menezes, começa a se apresentar em bares da cidade, sem pretenções de se tornar uma grande cantora[6]. Ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição, apresentou-se para um público de 1 500 pessoas, sendo ovacionada pela primeira vez[9]. É então, que passa a se apresentar, ao lado de Silas Henrique, nos "Centros Sociais Urbanos", espaço onde ascomunidades participam de ações socioeducativas e projetos de fortalecimento da cidadania e desenvolvimento social[10].
Margareth Menezes participou da elaboração e idealização da peça "O Menino Maluquinho", de Ziraldo. A atriz ficou responsável por operar o som e por gerenciar a técnica vocal. Isso, deu à baiana mais intimidade com a música, fazendo com que ela recebesse o convite para se apresentar em São Paulo com a peça "Colagens e Bobagens", em 1985. "Banho de Luz", foi o primeiro espetáculo solo de Margareth Menezes, que também participou daprodução e direção, ao lado de Silas Henrique; a façanha rendeu um Troféu Caymmi de "melhor intérprete" para Margareth Menezes[11][12]. Em 1987, "Beijo de Flor", recebeu um Troféu Caymmi de "melhor show do ano"[5].
Por volta de 1986, Margareth Menezes dá, enfim, início a sua carreira musical, interpolando entre a música e o teatro, apesar de já ter trabalho anteriormente com a primeira. Depois de um pequenaturnê no interior da Bahia, a atriz passa a apresentar-se no Teatro Castro Alves, através do "Projeto Pixinguinha". Além de participar de bloco carnavalesco e inúmeros projetos musicais[5]. No ano seguinte, a intérprete particia como vocalista do bloco "20 Vê", que se apresentava no "Projeto Astral", em Salvador, para cerca de cinco mil pessoas, ao lado de Geraldo Azevedo, Gerônimo, entre outros. Menezes recebe, a partir dai, o convite para se apresentar no "VIII Festival de Música do Caribe", realizado em Cartagena, na Colômbia, ao lado de Pepeu Gomes, representando o Brasil. Os dois foram eleitos os melhores do festival[5]. De volta ao Brasil, recebe o convite de Djalma Oliveira, em 1987, para fazer uma participação em seu single, lançado como LP, onde interpretaram o primeiro samba-reggae gravado no Brasil, "Faraó (Divindade do Egito)", música de Luciano Gomes, que vendeu mais de 100 mil cópias[13].

[editar]Do primeiro álbum à turnê mundial

Após o lançamento de seu primeiro single, Margareth Menezes assinou um contrato com a gravadora PolyGram do Brasil, que lança seu primeiro álbum auto-intitulado, em novembro de 1988[1]. Oregistro fonográfico rendeu dois troféus Imprensa de "melhor disco" e "melhor cantora", contando com uma turnê que percorreu o Brasil e a Argentina, onde Margareth já havia se apresentou anteriormente. A canção "Elegibô (Uma História de Ifá)", de Rey Zulu e Ythamar Tropicália, se tornou uma das principais canções do álbum e, da carreira da cantora, sendo que posteriormente, Menezes lançou um álbum intitulado Ellegibô[13]. Em 1989, dá início à criação e desenvolvimento de seu segundo álbum, Um Canto Pra Subir. Enquanto isso, a baiana apresenta-se ao lado deGilberto Gil e Dominguinhos, em uma série de espetáculos através do projeto "Bast Chrome Music", dirigido por Milton Nascimento e por Gil[14]. Por volta de 1990, Menezes assina um contrato com a gravadora estadunidense Mango/Island Records, com o objetivo de lançar um álbum nos Estados UnidosCanadá e México, onde já havia se apresentado com certa regularidade[5], sendo convidada por David Byrne, líder do grupo Talking Heads, para fazer o espetáculo de abertura de sua turnê mundial, além de fazer participações especiais. No Brasil, a cantora lança Um Canto Pra Subir, que contou com a produção e arranjos de Ramiro Musotto e Pedro Giorlandinni[13]. A canção "Ifá (Um Canto Pra Subir)", foi destaque do álbum, sendo que foi dessa faixa que retirou-se o nome do álbum[5].
Menezes já se apresentou ao lado de grandes cantores brasileiros e internacionais como Marisa MonteCarlinhos BrownJimmy Cliff e entre outros. A convite do diretor cinematrográficoestadunidense Zalman King, a cantora fez parte da trilha sonora do filme Orquídea Selvagem, estrelada por Mickey Rourke e Jacqueline Bisset. Enquanto que, no Brasil, ela grava o videoclipe de "Ifá (Um Canto Pra Subir)", para o programa "Fantástico", da Rede Globo, voltando, posteriormente, a continuar sua turnê pela América do SulAmérica do Norte, sul dos Estados UnidosFinlândia eRússia (na época União Soviética), ao lado de David Byrne[15].

Ellegibô e sucesso comercial

Devido a sua bem-sucedida carreira na América do Norte, a gravadora inglesa Polydor Records, contratou Menezes, visando o lançamento de um álbum em toda a EuropaEllegibô, reuniu as principais canções do primeiro e segundo álbum da cantora, tais como "Elegibo (Uma História de Ifá)", "Tenda do Amor (Magia)" e "Ifá (Um Canto Pra Subir)". O álbum, que também foi lançado pela Mango, nos Estados Unidos e no Japão, recebeu destaque da imprensa mundial. O site AllMusic, publicou uma crítica de John Storm Roberts, falando que Menezes recebe forte influência de "sua veia afro-americana" ressaltando o seu "ecletismo" e dizendo que a cantora "faz isso melhor do que muitos"[16]. O álbum ainda gerou um videoclipe da canção "Tenda de Amor", lançada exclusivamente na Inglaterra. E em 8 de setembro de 1990Ellegibô, chega ao topo da Billboard World Albums, nos Estados Unidos, ficando por lá durante onze semanas[17] e deixando para trás álbuns como Puzzle of Hearts, de Djavan e o álbum de estreia do Barefoot, por exemplo[18]. Além disso, a revista Rolling Stone, elegeu o álbum como um dos cinco melhores da "world music", em todo o mundo[19]. Ele foi base para Margareth Menezes iniciar sua primeira turnê internacional, apresentando-se, inicialmente, em Nova Iorque, onde foi ovacionada pelo público e crítica[1], e repetindo o sucesso em países visitados, entre eles FrançaItáliaCanadá e Bélgica[13]. O álbum vendeu mais de 10 mil cópias, apenas nos Estados Unidos[17].
Kindala, que em Yorubá quer dizer "lábios grandes", foi lançado como terceiro álbum em 1991 e, assim como seu antecessor, Ellegibô, atingiu o topo da Billboard World Albums, ocupando o segundo lugar da parada em 8 de fevereiro de 1992 e ultrapassando as dez mil cópias na França[17]. O sucesso comercial dos dois álbuns deram à Margareth vários convites, entre eles o da rádioitaliana "Della Svizzera", que convidou a cantora para se apresentar no programa "Tambola", na Suíça (o programa era transmitido ao vivo em ambos países)[17]. A convite do presidente da PolyGram em Portugal, a cantora inicia um processo de divulgação do álbum, através das rádios, revistas e programas televisivos de Lisboa. Depois de ser capa da revista The Beat, ao lado de Milton Nascimento e Gilberto Gil, retorna ao Brasil e inicia a turnê de Kindala em São Paulo, com um grande espetáculo no Palace, dirigido pela própria cantora e por Elba Ramalho. A turnê passou pelosEstados UnidosEuropa e Japão, retornando ao Brasil no mesmo ano[1]Kindala ainda rendeu à Margareth Menezes, indicação ao Grammy de "melhor álbum de música do mundo"[13].

[editar]Consolidação artística

Depois de percorrer o mundo em turnês, solos ou ao lado de David Byrne, Menezes "estacionou-se" no Brasil para dar início a produção de mais um álbumLuz Dourada, chegou às lojas do Brasilem 1993, através da PolyGram, e levou a cantora para a InglaterraItália e Argentina, com uma turnê diferente das demais, agora, Menezes apresentava um espetáculo mais acústico, contando apenas com um violão e uma percussão. Com o fim do contrato com a gravadora, a baiana continuou a realizar espetáculos pelo país, além de apresentar-se no tradicional Carnaval na Bahia, em seu próprio trio elétrico[5]. O álbumLuz Dourada, vendeu mais de duas mil cópias em apenas dois meses de lançamento na Suíça[17]. Rapidamente, foi contrata pela Continental e, lança o álbum Gente de Festa, que conta com a participação de Maria Bethânia e Caetano Veloso. Através de sua produtora, "MM Produções Artísticas", a cantora realiza mais uma turnê internacional que a levou para aEuropa, mas, a fez regressar ao Brasil devido ao carnaval. O trio elétrico de Menezes fora projetado por Bel Barbosa artista plástico baiano, exclusivamente para a apresentação[1].
Todos os anos, a baiana é destaque no carnaval de Salvador, tendo comandado, além de seu próprio trio, inúmeros outros blocos, como o "Bloco da Cidade", idealizado pela prefeitura de Salvadorem homenagem ao artista Jorge Amado, que ao lado de Gilberto Gil e Caetano Veloso, marcaram grande momento do Carnaval de 1996[5]. Menezes apresentou-se no "Bahia com H", recebendo vários artistas nacionais e internacionais, como, Jimmy Page e Ron Wood, que vieram ao Brasil prestigiar a cantora. Em 1997, Margareth participou do "Ópera Lídia de Oxum", evento ao ar livredirigido pelo autorpoeta e letrista Ildásio Tavares, que contou com a presença de 20 mil pessoas[5]. Ao lado de Caetano VelosoGilberto GilTom ZéGal CostaDaniela MercuryAraketu, entre outros intérpretes e bandas, lança a coletânea Tropicália: 30 anos, onde gravou "Domingo no Parque", de Gil[17]. No ano seguinte, ela produz a "Noite MPB", uma série de apresentações de artistasbrasileiros e, no mesmo ano, inicia mais uma turnê internacional passando por doze países[1]. A convite de Gil, Menezes participa do "Festival Percurssivo Perc Pan"[20], em 2000[21], onde canta, pela primeira vez, ao lado de Ivete Sangalo e Daniela Mercury[5].

[editar]Independência artística

Durante cinco anos, a cantora esteve sem gravadora, foi então, que resolveu criar seu próprio selo, "Estrela do Mar"[4] e sob a produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira, é lançado o álbumAfropopbrasileiro. Ele conta com onze faixas, entre elas uma das principais canções da carreira de Margareth Menezes, "Dandalunda", que fora composta por Brown e considerada a melhor músicado carnaval de 2001, rendeu à cantora um Troféu Dodô e Osmar, em 2003, de "melhor música" e de "melhor cantora do carnaval baiano do ano". O projeto ainda contou com a participação de Leninecomposições de Zeca BaleiroPaulo César Pinheiro e da própria Margareth[13]. Ainda em 2001, a cantora participa do álbum dos Tribalistas, interpretando a canção "Passe em Casa", de sua autoria em parceria com Marisa MonteCarlinhos Brown e Arnaldo Antunes[5]. A coletânea Do Lundo ao Axé: 100 Anos de Música Baiana, contou com a participação de Menezes e de diversoso nomes da música baiana, como Gilberto GilEdil PachecoPaulinho Boca de Cantor e Carlinhos Brown, por exemplo[5]. Ao lado do bloco-afro Ilê Aiyê, participou do encerramento da "VI Festival do Mercado Cultural da Bahia", apresentando "Missa do Rosário dos Pretos". Participou do documentário sobre o samba, "Moro no Brasil", dirigido pelo cineasta finlandês, Mika Kaurismaki. No iníco de2002, a cantora viaja ao Timor-Leste e se apresenta em uma festival nacional de comemoração de independência do país. De volta ao Brasil, é jurada do "Prêmio Sharp", e inicia a parte de idealização de seu novo álbum, que seria lançado pela "Estrelha do Mar"[13].
No ano seguinte, ela organizou o "Margareth Menezes Convida", um espetáculo no CanecãoRio de Janeiro, onde recebeu as cantoras AlcioneElba RamalhoIvete Sangalo e Sandra de Sá. Além disso, Menezes foi convidada para cantar ao lado de Gilberto GilAlcione e Toni Garrido, no Centro Cultural da Rocinha, para o lançamento do espaço. No exterior, ocorreu o lançamento de uma caixa com cinco álbunsWe Are Bahia: We Are the World of Carnaval, contendo vinte anos de axé. Margareth participou do projeto, com "Elegibô"[5]Tete a Tete Margareth, foi lançado, sendo o primeiro álbum ao vivo da cantora, e entre os convidados estavam Carlinhos Brown e a banda Cidade Negra. O DVD foi gravado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador e, reuniu mais de onze mil pessoas. O jornal Los Angeles Times, publicou uma crítica do álbum, dizendo que o evento era uma "noite brasileira em Hollywood Bowl"[5]. Mas, foi após o lançamento do Ao Vivo no Festival de Verão de Salvador, em 2004, que contou com a participação da bateria da Mangueira e de Alcione, que Margareth foi consagrada a "Aretha Franklin brasileira", pelo jornal. O álbumainda recebeu ótimas críticas dos periódicos The New York Times e Washington Post, nos Estados Unidos, e Le Monde, na França[13]. O DVD vendeu mais de cinquenta mil cópias e, recebeu disco de ouro no Brasil[13].

[editar]Homenagem ao samba-reggae e mudança de gênero

Consagrada como deusa do "afro-pop"[17], Menezes lança Pra Você, gerando um estranhamento, pois, o álbum não trazia o ritmo frenético do gênero que a consagrou, mas, revela um lado pop dacantora. O projeto contou com a participação de Ivete Sangalo e Cláudio Zoli e a produção de Moogie Canazio, que já trabalhara com Maria Bethânia e Caetano Veloso. Em 2005, participa do "Ano do Brasil na França" e da "Copa da Cultura", em Berlim. Em agosto de 2006, Menezes volta ao Teatro Castro Alves, para homenagear o samba-reggae e gravar o DVD Brasileira ao Vivo: Uma Homenagem ao Samba-Reggae. Nesse, ela faz releituras de grandes sucessos de sua carreira, contando com a participação de Carlinhos Brown, Mateus Aleluia e Saul Barbosa. O álbum gerou duas indicações ao Grammy[13].
Naturalmente, foi lançado em 2008 e, segundo a própria cantora, "levou a um mergulho interno, a resgatar as origens". Margareth Menezes realizou algumas apresentações antes do lançamento do álbum, todas as quintas-feiras, no espaço carioca "Mistura Fina". O novo projeto, que contémcanções de Nando ReisArnaldo Antunes e Marisa Monte, por exemplo, contou com a produção de Marco Mazzola e, com a participação de Gilberto Gil e Luís Represas[22]. Já em 2010, ela lança um projeto acústico que resultou em um disco compactodisco digital de vídeo e blu-ray[23]. IntituladoNaturalmente Acústico, o projeto contou com a produção e co-produção da "Estrela do Mar" e do Canal Brasil, respectivamente. Em partes filmado noestúdio "Ilha dos Sapos", de Carlinhos Brown[24], e em locais imporantes de Salvador para a cantora, como a Pria da Ribeira, onde nasceu, e a Feira de São Joaquim[23], teve a direção de Wiland Pinsdorf, que priorizou a apresentação vocal de Margareth, e, como o álbum anterior, foi lançado pela MZA Music, gravadora de Marco Mazzola, que também produziu o projeto. O DVD ainda conta com depoimentos de familiares e amigos de cantora[23]. O Canal Brasil trasmitiu o DVD em 30 de abril de 2010, mas, o acústico só fora lançado em outubro de 2010, tendo como primeiro single"Amor Ainda", com a participação de Carlinhos Brown[25].

Filantropia

Margareth Menezes fundou em 2004 a 'Fábrica Cultural' que, através de um convênio de parceria firmado com a Secretaria Municipal da Educação e Cultura, da Prefeitura de Salvador, iniciou o "Programa Circulando Arte", além de outros projetos no campo da arte, educação e cultura[49]. A organização não governamental, atua desde 2008, na Ribeira - bairro onde Margareth Menezes nasceu - e outros bairros da Península de Itapagipe[50], oferecendo cursos profissionalizantes para jovens e oficinas de arte-educação para crianças[49].
Em 14 de Julho de 2010, a organização, que desenvolveu o projeto "Na Trilha da Cidadania", formou 500 jovens, através de um cerimônia que contou com a presença de Menezes. O projeto formou alunos nas áreas de produção musicalcomunicação, estamparia. criação em costura e designer gráfico. Durante o evento, a cantora disse que fica feliz com a formatura, pois, "logo na primeira turma que estamos formando, é muito claro o valor, a energia e a qualidade desses jovens. É animador poder, juntamente com todo o pessoal da Fábrica, ajudar a proporcionar essa oportunidade"[51]. A cerimônia contou com a presença de Fátima Mendonça, primeira-dama do estado, e Arany Santana, secretária do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza[51], que declarou: "O que estava faltando a esses jovens era acesso às ferramentas. Unindo isso ao querer e à competência desses meninos, com certeza eles vão construir um momento novo para cada um e para a Bahia"[52].
Com sede no Clube Cabana do Bogary[51], a organização oferece cursos à jovens de 16 à 24 anos, cuja renda familiar não ultrapasse meio salário minímio, por pessoa. Além disso, o aluno deve cursar o ensino fundamente e médio da rede pública. São oferecido 250 vagas por período e os alunos são contemplados com uma bolsa-auxílio[53].
Além de sua própria organização, Menezes participa de projetos e iniciativas filantrópicas e sociais. Ao lado de Daniela Mercury, a cantora participou da campanha "Carnaval Sem Fome". Um jingle, foi gravado pela cantora, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Olodum e Luiz Caldas, para promover a campanha organizada promovida pelas Voluntárias Sociais em parceria com o comitê baiano da ONG Ação Cidadania Contra a Fome, Miséria e pela Vida. O objetivo era arrecadar alimento não perecíveis para seis mil famílias atingidas pela enchente do Rio São Francisco, em 2007[54].
Banner da campanha contra a violência sexual durante o Carnaval.
Em 2009, ao lado dos vocalistas das bandas Chiclete com Banana e Asa de ÁguiaBell Marques e Durval Lelys, a cantora participou da campanha do Ministério Público baiano contra a violência sexual. A campanha "Violência Sexual: Quem Não Denuncia Também Violenta", foi lançada em 4 de Fevereiro, às 14:30h, na sede do Ministério, em Salvador. Os artistas não cobraram cachê pelo trabalho e, durante as gravações, afirmaram promover o assunto durante seus apresentações no Carnaval[55]. No ano seguinte, 2010, a cantora participou do projeto "Lê Pra Mim?", que ocorreu em 12 de Outubro de 2010, no Centro Cultural Correios, do Pelourinho. A cantora leu um livro infantil para cinquenta crianças assistidas por instituições filantrópicas. Em entrevista, Margareth disse que "o projeto é lindo e merece toda a atenção. A literatura é um mundo mágico que com certeza vai fazer muito bem a essas crianças". Carlinhos Brown, Fernando Guerreiro, Licia Fabio e Luiz Miranda, também participaram da iniciativa.